29Março2024

  
  

Segurança & Defesa

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Moscou o Nova Dehli estreitam laços militares

Na reunião de cúpula entre o Presidente da Rússia, Vladmir Putin, e o Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, ficou claro o fato de que Moscou continua sendo um parceiro estratégico de Nova Dehli no segmento de defesa e de produtos de emprego militar.  Na ocasião, o Chefe do Serviço Federal de Cooperação Técnico-Industrial (FSVTS) da Rússia, Dmitry Shugaev, e o Vice-Ministro da Defesa da Índia para aquisições militares, Kant Rag, assinaram — na presença do Ministro da Defesa da Rússia, General Sergei Shoigu, e de seu parceiro indiano, Rajnath Singh, um acordo de cooperação político-militar para o período 2021-2031. Segundo o Kremlin, o acordo incorpora exercícios militares e treinamento de pessoal, bem como transferência de tecnologia e desenvolvimento conjunto e produção de sistemas militares, incluindo exportações para terceiros.

Aparentemente, os países entraram em um novo estágio de parceria estratégica. Segundo o embaixador indiano em Moscou, Bala Venkatesh Varma, o total de contratos bilaterais de defesa em 2018 era de US#2-3 bilhões; atualmente, essa cifra se elevou para US$14 bilhões.  Essa informação foi revelada por Dmitry Shugaev, que também anunciou que o volume total de encomendas de material russo pela Índia desde 1991 chega a US$70 bilhões, valendo lembrar que as primeiras entregas referentes ao contrato para o fornecimento de cinco regimentos de mísseis antiaéreos Almaz-Antey S-400 estão sendo feitas esse mês.

Alexandre Mikheev, CEO da estatal russa Rosoboronexport, declarou à imprensa indiana que centenas de caças multifunção Sukhoi e mais de 2.500 carros de combate pesados foram produzidos na Índia, sob licença. “A cooperação de longo prazo com a HAL continua, através da produção do maior avião de combate de Força Aérea Indiana, o Su-30MKI. Mais de 220 exemplares já foram produzidos localmente. No interesse das forças terrestres do país, a fábrica HVF produz carros de combate T-90 e T-72M1. Cerca de 900 T-90S e 1.500 T-72M1 já foram produzidos”, declarou. Ele também mencionou que a munição Mango é produzida em série por fábricas do Ministério de Defesa da Índia, frisando que, por décadas, a Índia sempre foi e continuará sendo uma dos maiores compradores de equipamento russo. “O princípio principal da cooperação tem base no programa “Make in India”, anunciado pelo governo do país e implementado com sucesso pela indústria. A Rosoboronexport tem seguido isso por um longo tempo, e realmente temos razão de ter orgulho da russa ter sido o primeiro país a encetar cooperação em larga escala com a Índia, na forma de transferência de tecnologia e organização de produção por empresas indianas de produtos desenvolvidos na Rússia”, acrescentou. Mikheev disse também que consultas a respeito do programa de modernização do ao T-90 estão em andamento, e que os ensaios preliminares de diversos sistemas modernizados instalados nos carros indicados pelos indianos já foram realizados. O resultado final dos testes será seguido da decisão sobre o pacote de modernização a ser instalado.

Ao todo, mais de uma centena de projetos estão em andamento, “criando uma substancial reserva para o futuro desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia em ambos os países”, prosseguiu Mikheev. Segundo ele, a Rosoboronexport participará da licitação indiana para um carro de combate leve, com o CC anfíbio Sprut-SDM1 (Foto: HPW), a High Precision Weapons, e ressaltou: “A Rússia oferecerá até transferência de tecnologia e, mais do que provavelmente, a produção local de componentes”. Além disso, frisou que o Sprut-SDM1 “é o único carro de combate anfíbio de sua classe com o poder de fogo de um caro pesado, graças ao canhão de 125mm. Toda a munição produzida na Índia para o T-72M1 e para o T-90S pode ser empregada no Sprut SDM1”.

Os russos confirmam estar prontos para assegurar, dentro de dois ou três anos, produção em série da mais moderna variante dos fuzis de assalto Kalashnikov, que poderiam mobiliar as forças indianas com modernas armas individuais”, continuou Mikheev. Informando que o primeiro lote de fuzis de assalto AK-203 será produzido na Índia com variável grau de nacionalização, e a seguir será iniciada a produção em série. “Os primeiros 120.000 exemplares do AK-203 serão produzidos na Índia, como um aumento gradual da nacionalização, começando com 5% e indo até 70%. Os fuzis seguintes terão índice de nacionalização de 100%”.

A “joint-venture” será denominada Indo-Russian Rifles Limited, e em 6 de dezembro o Ministério da Defesa da Índia assinou um contrato para a produção de mais de 600.000 AK-203 na cidade indiana de Corva, para armas as forças militares e de segurança do país. Assim, a Índia se torna no primeiro país estrangeiro a produzir a série “200” de fuzis de assalto Kalashnikov. A arma foi exposta pela primeira vez com a configuração definida pelas Forças Armadas indianas na feira DefExpo-2020 (Texto: Yuri Laskin).