25Abril2024

  
  

Segurança & Defesa

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Rússia vai apresentar o Checkmate no Dubai Airshow

Não é à toa que a presença de um protótipo do caça tático leve Checkmate no próximo Dubai Airshow está despertando muita discussão. Será que o novo avião vai repetir o sucesso do Pantsir-S1 no Oriente Médio/Atlântico Norte? A Rússia vai ter, na próxima edição do Dubai Airshow, sua maior presença no evento. Segundo Dmitry Shugaev, Chefe do Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar com países estrangeiros (FS-VTS), a parte militar da exposição russa incluirá o protótipo da nova aeronave, além dos helicópteros de ataque Mi-28NE e KA-52E (ambos participarão das demonstrações em voo) e da ARP Orion. A presença russa incluirá a Rostec, com suas subsidiárias, entre elas a Rosoboronexport, a United Aircraft Corporation, a Russian Helicopters e a High Precision Weapons.

Sobre o Checkmate, Shugaev disse que as chances no mercado internacional são “definitivamente boas”, acrescentando que a estreia internacional da aeronave marca o retorno da Rússia ao mercado de caças monomotores. “Ainda falta um pouco para que o Checkmate se torne um produto de exportação, mas atualmente está claro que suas características estão no mesmo nível, ou acima, daquelas dos concorrentes internacionais existentes. Portanto, levando em conta o fato de que o preço é muito competitivo, acredito que será muito procurado em seu segmento”, disse ele. Shugaev não revelou o nome dos países do Oriente Médio/Atlântico Norte que estão sendo objetivados pelo Checkmate, mas disse que as conversações estão no estágio de “consultas preliminares”, já que a aeronave “não é ainda um produto acabado”.

A escolha de Dubai para a estreia internacional do Checkmate é um passo lógico, devido à importância do mercado regional, lembrando que os Emirados Árabes Unidos foram o “cliente-âncora” do sistema antiaéreo Pantsir, literalmente financiando o desenvolvimento do sistema. Na verdade, os Emirados foram o primeiro operador do Pantsir, e a história pode se repetir com o Checkmate. Em seguida à escolha dos Emirados, vários outros países do Oriente Médio/Atlântico Norte optaram pelosistema. Shugaev chamou a atenção para o fato de que as exportações de equipamento militar para os países da região foram de pelo menos US$6 bilhões por ano durante os últimos cinco anos, “havendo uma clara tendência de crescimento”. Ele apontou a região do Oriente Médio/Atlântico Norte e o Sudeste da Ásia como estando entre as cinco regiões mais promissoras.

Segundo Shugaev, os armamentos russos são escolhidos por suas características, confiabilidade e experiência em combate, em particular na Síria. Mencionou também que alguns países da América Latina têm especial interesse em helicópteros aptos a voar em zonas de clima difícil, bem como em diversos equipamentos de uso dual. Também declarou que, com produtos como as ARP Orion-E, Orlan-10E e outras em desenvolvimento, a Rússia vai ocupar 10% do mercado militar de aeronaves pilotadas remotamente.

O Chefe do FS-VTS confirmou que o portfólio de encomendas militares para exportação excede US$52 bilhões, a despeito da alegação de alguns setores ocidentais de que as exportações russas de material militar estão caindo. Shugaev classificou especulações como uma política de relações públicas, e confirmou sua confiança de que nos próximos três a cinco anos a indústria russa de defesa não reduzirá suas operações internacionais;

Dmitry Shugaev revelou diversos negócios realizados em 2021 com ex-repúblicas soviéticas. Segundo ele, a Rússia entregou caças Su-30SM, helicópteros Mi-35M, sistemas antiaéreos Buk-M2E, blindados BTR-80 e BTR-82A, viaturas blindadas leves Typhoon-K e armas pequenas ao Cazaquistão e ao Uzbequistão. Ambos os países também receberam ARP Orlan-10E. (Texto e fotos de Yuri laskin).