25Abril2024

  
  

Segurança & Defesa

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Balanço da UNITAS LXIII

 

(Fotos: Segurança & Defesa e Ricardo Pereira)

No dia 22 de setembro foi concluída a “UNITAS LXIII”, 63ª. edição do exercício tradicionalmente realizado a cada ano e que consiste, basicamente, de operações conjuntas da U. S. Navy com as Marinhas de países amigos na América Latina. Dessa vez a UNITAS contou com a participação de 20 países (inclusive alguns fora do continente sul-americano): Belize, Brasil, Camarões, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Guiana, Jamaica, México, Namíbia, Panamá, Paraguai, Peru, Reino Unido, República Dominicana e Uruguai.

Para o exercício, a Marinha dos Estados Unidos enviou três navios — : o submarino nuclear de ataque USS Albany (SSN 753), o contratorpedeiro USS Lassen (DDG 82) e o navio de desembarque anfíbio USS Mesa Verde (LPD) — e as seguintes unidades: Helicopter Sea Combat Squadron 22 (HSC 22), Helicopter Maritime Strike Squadron 70 Detachment 2 (HSM 70 Det 2), Patrol Squadron Sixteen (VP-16), Special Boat Team 22 (SBT 22), Mobile Diving and Salvage Unit (MDSU) Det 2, SEAL Platoon do SEAL Team 8, Explosive Ordnance Disposal Mobile Unit Two (EODMU-2), Beachmaster Unit Two (BMU-2), USCG Pacific Area Tactical Law Enforcement Team (PAC AREA TACLET), Fleet Surgical Team (FST) 8, 3d Battalion 25th Marine Regiment, 3d Force Reconnaissance Company, 4th Light Armored Reconnaissance Company (4th LAR), 4th Combat Engineer Battalion (4th CEB), 6th Engineer Support Battalion (6th ESB), 4th Air Naval Gunfire Liaison Company (ANGLICO), 4th Civil Affairs Group (4th CAG), e Marine Aircraft Group 49 (MAG-49).

O Grupo Tarefa brasileiro que participou da operação foi composto pelo Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico, Navio-Doca Multipropósito Bahia, Navio de Desembarque de Carros de Combate Almirante Sabóia, Fragatas Constituição, Liberal e União, Embarcação de Desembarque de Carga Geral Camboriú; Navio-Patrulha Oceânico Amazonas; Navio-Patrulha Macaé, Navio de Apoio Oceânico Purus, e Navios-Varredores Aratu e Araçatuba. Pelo Brasil, participaram ainda um destacamento de Mergulhadores de Combate, uma tropa de 500 Fuzileiros Navais, Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf) e aeronaves Super Cougar (UH-15), Seahawk (SH-16), Super Lynx (AH-11 A/B), Esquilo (UH-12) e Skyhawk (AF-1) — todos da Marinha — e Orion (P-3AM) e Bandeirante Patrulha (P-95), da Força Aérea Brasileira.

No dia 17 de setembro, em entrevista concedida a órgãos selecionados da imprensa especializada, o Lt. Gen. David Bellon, Comandante das U.S. Marine Corps Forces, South and Marine Forces Reserve, disse ser essa sua terceira visita ao Brasil e destacou o apoio e o empenho da Marinha do Brasil, que segundo ele foi fundamental para o sucesso da operação. Com relação à parte anfíbia, destacou a complexidade desse tipo de operação, e disse que para que haja sucesso é necessário primeiro o treinamento individual, seguindo-se o treinamento das unidades, para só então se realizar o exercício envolvendo todas as forças participantes.

Quando discorreu sobre as missões e tarefas treinadas durante a UNITAS, disse que um ponto que mudou em relação ao antigo perfil do exercício foi a questão cibernética, mas ressaltou que embora mude a tecnologia e os equipamentos, algo que não muda é o investimento no indivíduo, afirmando que os exercícios são uma oportunidade para se reconhecer talentos, e que isso é algo que é necessário cultivar.

Um fato interessante apontado pelo Lt. Gen. Bellon foi quando, em resposta a uma pergunta que lhe foi formulada, reconheceu que a característica do U. S. Marine Corps mudou no conflito no Afeganistão, quando as tropas tiveram que atuar no deserto, longe do mar, e que por isso tiveram que carregar consigo mais suprimentos, mais armamentos e mais equipamentos, o que sobrecarregou o militar física e mentalmente.

Voltando à UNITAS, comentou que cada edição é meticulosamente planejada em conjunto com o país anfitrião. No caso atual, com o Brasil, o exercício culminou com o desembarque anfíbio. Na UNITAS anterior, no Peru, o planejamento incluiu como reagir a um desastre de grandes proporções, socorrendo a população, e assim por diante. Afirmou que busca-se ouvir todos os países participantes, e atender as necessidades de cada um. Realçou a importância da UNITAS para a padronização dos procedimentos, e destacou a constante preocupação com a segurança.

A UNITAS LXIII foi considerada um grande sucesso por todos os envolvidos, e é até possível que em edições futuras o número de países participantes cresça ainda mais, pois tanto a fase de planejamento quanto a de execução representam oportunidades ímpares para trocar experiências e absorver conhecimentos, trazendo ganhos substanciais para todos os envolvidos.

(As fotos que acompanham o texto mostram equipamentos e plataformas utilizados durante a UNITAS LXII, e são de autoria e copyright de Segurança & Defesa e Ricardo Pereira)